Evidencialismo Reformado e Responsabilidade Epistêmica
DOI:
10.69577/2965-6257.2024.16Palavras-chave:
Epistemologia Reformada, Alvin Plantinga, Evidencialismo, Responsabilidade epistêmica, Richard SwinburneResumo
A Epistemologia Reformada, desenvolvida por Alvin Plantinga, visa argumentar que a crença em Deus pode ser considerada apropriadamente básica em termos de justificação e aval. Plantinga afirma que um crente teísta não precisa de razões evidenciais para a sua crença em Deus. No entanto, alguns podem argumentar que, devido à falta de evidências, a Epistemologia Reformada poderia ser considerada epistemicamente irresponsável. Tal objeção, baseada no evidencialismo de Clifford, afirma que uma epistemologia responsável está profundamente relacionada com uma evidência suficiente, e a epistemologia de Plantinga não se preocupa com uma evidência suficiente acerca de Deus. Para responder à objeção citada, este trabalho pretende relacionar a epistemologia de Plantinga com uma defesa evidencialista da crença teísta. Para isso, será particularmente analisado o caso cumulativo de Swinburne, o qual defende que a existência de Deus é mais provável do que não, defendendo que, se o argumento de Swinburne for bom, então pode ser útil para uma crença racional em Deus. O objetivo é demonstrar como o evidencialismo pode complementar a Epistemologia Reformada de Plantinga, reforçando a credencial da crença em Deus. Esta afirmação é chamada de Evidencialismo Reformado. Em conclusão, argumentar-se-á que, embora a crença teísta possa ser considerada apropriadamente básica, uma abordagem evidencialista como o caso cumulativo de Swinburne pode aumentar a credencial da crença teísta. Consequentemente, o Evidencialismo Reformado não é epistemicamente irresponsável; afinal, embora a crença em Deus seja apropriadamente básica, e não baseada em evidências, um crente teísta que conheça as evidências pode considerá-las cuidadosamente.
Downloads
Métricas
Referências
Alston, William. (1991). Perceiving God: the epistemology of religious experience. Ithaca: Cornell University Press.
Clifford, William. (1879). Lectures and Essays, vol. II, ed. F. Pollock. London: Macmillan and Co.
De Cruz, Helen; De Smedt, Johan. (2013). Reformed and evolutionary epistemology and the noetic effects of sin. International Journal for Philosophy of Religion 74, 49-66.
Flew, Anthony. (2010). The Presumption of Atheism. In: Taliaferro, Charles; Draper, Paul; Quinn, Philip L (eds). A Companion to Philosophy of Religion, 451-457. 2nd Ed. Chichester: Wiley-Blackwell.
Greco, John. 1993. Virtues and Vices of Virtue Epistemology. Canadian Journal of Philosophy, 23(3), 413–432.
Hempel, Carl G. (1966). Philosophy of Natural Science. Princeton: Prentice-Hall.
Murcho, Desidério. (2017). Epistemologia reformista e fragilidade epistêmica. Revista Brasileira de Filosofia da Religião 4(1), p. 26-49.
Pittard, John. (2021). Rationalist Resistance to Disagreement-Motivated Religious Skepticism. In: Benton, Matthew A.; Kvanvig, Jonathan L. (eds). Religious Disagreement and Pluralism. New York: Oxford University Press.
Plantinga, Alvin. (1967). God and other minds. Ithaca: Cornell University Press.
Plantinga, Alvin. (2000). Warranted Christian Belief. New York: Oxford University Press.
Plantinga, Alvin; Wolterstorff, Nicholas (eds). (1983). Faith and Rationality. Indiana: Notre Dame University Press.
Portugal, Agnaldo Cuoco. (2011). Fé, razão e salto no escuro: uma comparação entre Plantinga e Swinburne. Veritas 56(2), 18-31.
Swinburne, Richard. (2010). Evidentialism. In: Taliaferro, Charles; Draper, Paul; Quinn, Philip L (eds). A Companion to Philosophy of Religion, 681-688. 2nd Ed. Chichester: Wiley-Blackwell.
Swinburne, Richard. (2004). The Existence of God. 2nd Ed. Oxford: Oxford University Press.
Uchôa, Bruno Henrique. (2011). Epistemologia reformada, anuladores e evidencialismo. Interações 6(10), 127-143.
Downloads
Publicado
- Visualizações do Artigo 106
- PDF (English) downloads: 82
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Arthur Henrique Soares dos Santos

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.